terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Os Evangelhos – Curso Popular de Bíblia: Partilha, serviço e amor. - Fernando Henriques - CEBI Méier


CEBI MÉIER
Comunidade Renato Cadore

Os Evangelhos – Curso Popular de Bíblia:Partilha, serviço e amor.

Fernando Henriques

coordenador

 

“A Palavra se fez carne e armou sua tenda entre nós (João 1,14a).

  
    O Segundo Testamento é iluminado pelo Primeiro Testamento. Entendemos melhor a pessoa de Jesus à luz da experiência do Povo de Israel. Jesus realiza as esperanças contidas no Primeiro Testamento. Quem é Jesus? Como era a terra de Jesus? E seu tempo?
   Alguns fatos da época de Jesus
•        55 anos antes de Jesus nascer, os romanos invadiram a Palestina, entraram em Jerusalém e saquearam o Templo.
•        30 anos antes de Jesus nascer, Herodes, o Grande (ou Herodes Magno) tornou-se rei da Palestina e foi sempre subserviente aos romanos. Instalou-se em Jerusalém, construiu uma grande fortaleza e, para agradar aos judeus, começou a reconstruir o Templo.
•        Herodes mandou colocar a ÁGUIA, símbolo do Império Romano, em cima da porta do Templo, provocando a revolta do povo judeu.
•        O imperador Augusto ordenou aos judeus juramento de fidelidade ao Imperador. Seis mil fariseus se recusaram a fazê-lo e, por isso, foram perseguidos, presos e crucificados (fato ocorrido mais ou menos à época do nascimento de Jesus).
•        Quando Jesus tinha 10 anos, Herodes morreu. Em Jerusalém houve uma revolta. Varo, governador romano, perseguiu os rebeldes e crucificou cerca de dois mil deles.
•        Quando Jesus tinha 25 anos, Herodes Antipas, filho de Herodes Magno, rei da Galileia, mandou construir uma cidade sobre um cemitério judeu à margem do Lago da Galileia. Esta cidade tornou-se sua capital sob o nome de Tiberíades, em homenagem ao imperador Tibério. Isso gerou grande descontentamento no meio do povo judeu. Ao que consta, Jesus jamais entrou nessa cidade.
•        Quando Jesus tinha mais ou menos 30 anos, os romanos nomearam Pôncio Pilatos governador da Judeia e da Samaria.
    Jesus certamente tinha conhecimento destes fatos e certamente refletiu sobre eles. Deve ter comentado com seus vizinhos e amigos em Nazaré a respeito.
    A terra de Israel era dividida em três regiões principais:
•        Judeia – É a região ao sul. Jerusalém era sua capital administrativa e religiosa. Predominavam as áreas montanhosas. A terra era seca e árida, própria para o cultivo de olivais, figueiras, árvores frutíferas e raízes aromáticas para produção de perfumes e para criação de ovelhas e cabras. Nas cidades havia uma sociedade estratificada: nobreza, artesãos, escravos e estrangeiros. Em Jerusalém concentrava-se a elite sacerdotal, os latifundiários e os comerciantes.
•        Galileia – É a região mais ao norte. Seu solo é fértil. Havia latifúndios, onde se cultivava trigo, centeio e cevada. Havia também criação de gado bovino. No lago da Galileia, praticava-se a pesca e, em suas margens, havia indústrias de conservação de peixe. A principal organização era nas aldeias, onde a maioria do povo vivia da agricultura. A população da Galileia, por ser uma mistura de várias etnias, pela proximidade dos povos vizinhos e pelos contatos comerciais, era considerada impura pelos judeus, especialmente os da Judeia. Passavam por esta região duas grandes rotas comerciais. Uma passava próximo de Nazaré e ligava Gaza à Itureia e à Síria. A outra ligava Jerusalém e a Samaria à Fenícia, atual Líbano. As capitais da Galileia foram Séforis e Tiberíades.
•        Samaria – Esta região ficava entre a Judeia e a Galileia. Era rica, sobretudo em vinhedos. Havia uma grande produção de vinho. A origem de sua população era uma mistura de etnias. Por isso os judeus mais ortodoxos desprezavam o povo samaritano, considerando-o impuro e herético. Suas capitais foram Siquém, Tersa e Samaria.
•        Fora do espaço de Israel havia a Filisteia, a Idumeia, a Nabateia, a Pereia, a Decápole, a Triconítide, a Itureia, a Síria e a Fenícia.
    Como era a situação econômica na época de Jesus? O que era produzido: cereais, azeitonas, azeite, frutas, vinho, melado, gado bovino, ovelhas e cabras, porcos, pesca, artesanato, tecidos e perfumes.
    Quem produzia: lavradores de variadas categorias (pequenos proprietários, meeiros, assalariados, diaristas, trabalhadores sazonais e escravos), além de operários, artesãos, pescadores e pastores.
    Como era produzido:
•        Nas cidades residiam os grandes proprietários de terra, os senhores do comércio e os produtores de artesanato.
•        Nas aldeias havia pequenos proprietários, os diversos tipos de agricultores e artesãos (carpinteiros, pedreiros, marceneiros, canteiros, etc.).
•        Jerusalém era considerada a cidade santa, pois nela estava o Templo de Salomão. Ali vivia-se dos gastos e das doações dos peregrinos que a visitavam nas épocas de festa. Havia uma grande renda do comércio religioso, trocas de moedas, dízimos e sacrifícios.
•        O Templo funcionava como Banco Central, bolsa de valores e agência central de arrecadação de impostos. Era lá que ficavam os livros dos notários onde estavam anotadas as dívidas.
     Para quem era produzido: para Roma (Corte Imperial, exército e povo da capital). Também para Herodes e sua corte. Para as grandes famílias sacerdotais e da nobreza. O povo vivia taxado de impostos. Roma exigia da Palestina 6 milhões de denários ao ano. Um denário era a diária de um trabalhador.
     Os tributos eram cobrados assim:
•        Tributo: 25% da colheita;
•        Publicum: taxa sobre a circulação de mercadorias;
•        Anona: dinheiro e gêneros alimentícios para o sustento das tropas;
•        Impostos não oficiais: cobrados à revelia da lei pelos altos funcionários.
            Impostos por ser judeu:
•        Dízimo: 10% sobre a colheita devia ser entregue no Templo em produto ou o equivalente em dinheiro;
•        Dízimo pelos necessitados;
•        Imposto para manutenção do Templo;
•        Ofertas para sacrifícios de purificação ou por motivo das festas;
•        Estima-se que o pequeno proprietário pagava de impostos entre 65 e 75% de sua renda a cada ano.
      Neste contexto sócio-econômico viviam diversos grupos, tais como saduceus, filisteus, batistas, zelotas, essênios e o povo em geral.
     Surge na Galileia o profeta Jesus de Nazaré. A proposta apresentada por Jesus é o projeto de Deus para o homem. Esse projeto apresenta uma nova prática econômica (prática das mãos), uma nova prática política (prática dos pés), uma nova prática social (prática dos olhos) e uma nova prática religiosa (prática do coração).
     Acompanhando Jesus em sua missão, percebemos sua metodologia e a sua coerência. Percebemos sua fidelidade até a morte, e morte de cruz. E o próprio Jesus nos deixou, em forma de oração, a síntese de sua mística, o Pai Nosso (cf Mt 6,9-13).
    As comunidades primitivas atuam na partilha, no serviço e no Amor.

Livro-texto: “Os Evangelhos: partilha, serviço e amor”, de Tea Frigerio (CEBI-PA), coleção Curso Popular de Bíblia, vol. 5, 6ª edição, Editora CEBI, São Leopoldo, 2006.
   
     A Comunidade Renato Cadore, o CEBI Méier, vive o especial carisma da caminhada ecumênica. Seus membros têm em comum o gosto pelo estudo bíblico, a leitura popular da Bíblia, a leitura orante, o gesto concreto e, principalmente a compreensão da Bíblia e da Vida como revelações do Deus que nos ama sem quaisquer condições.
    Venha participar de nossas atividades e refletir conosco. Nossos encontros são aos sábados, das 9 às 12 horas, na Casa Pe Dehon (Rua Vilela Tavares, 154, Méier, 3º andar, bloco fundos).

CEBI Méier


sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Benção de Natal

Benção de Natal

Que o amor de Deus,
     Salvador de todos os povos,
     se faça de novo presente como uma criança
     em cada homem e em cada mulher
.
Que o nosso mundo
     seja transformado em Seu Reino
     pela ação do Seu Espírito de amor.

E que nossa vida seja plena de alegria
     porque, hoje, um menino nos foi dado!
     "O mundo tornou a começar".

               Amém.
               
                         Amém.

                                    Amém.

                                                                                Luiz Carlos Ramos

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Direitos Humanos: um desafio a ser conquistado. João Crispim Victorio Cebi Campo Grande - Rio (RJ)

Direitos Humanos: um desafio a ser conquistado.

João Crispim Victorio[i]

            Sabemos que a tendência natural da humanidade é evoluir e essa evolução se dá de acordo com os conhecimentos científicos, tecnológicos e sociológicos acumulados, por isso, temos a impressão que lá nos primórdios se vivia o atraso. Agora, quando o assunto é a convivência em sociedade e em família, aí parece que as coisas evoluem lentamente. Nesse sentido, as questões relacionadas a gênero, a etnia, a religiosidade, a política e, por fim, ao poder econômico são, sem sombra de dúvidas, questões que necessitam da educação como base para melhor compreensão e discernimento na construção de um mundo melhor. Mundo, esse, que pode ser compreendido e comparado ao Reino de Deus. Para tanto, é preciso abolir o poder econômico, creio ser ele o causador de todos os problemas sociais produzindo o pior de todos os conflitos, a guerra. Assim, ter compreensão do processo histórico que possibilitou a construção da Declaração Universal dos Direitos Humanos na busca da vida vivida em harmonia, é fundamental. Pois só conhecendo o documento é que daremos a ele o devido valor e importância, já que o mesmo nasce da necessidade de permitir que todos, homens, mulheres, crianças e idosos tenham vivam em plenitude.
            Para definirmos Direitos Humanos[1] podemos começar dizendo que o título é formado por dois substantivos: Humanos, homem e mulher; Direitos, coisas permitidas em lei. Então, Direitos Humanos são os direitos que a pessoa tem porque é humano. Esses direitos estão baseados no princípio do respeito em relação ao ser humano que antes de qualquer coisa é um ser moral e racional, por isso, merece ser tratado com dignidade. São chamados de direitos humanos porque são universais e sem dúvidas são bastante amplos e significativos no sentido da liberdade do trabalho, da escolha da pessoa para formar a família, de viajar livremente e de ter lazer. Ou seja, toda pessoa têm direitos, não importa o gênero, a etnia, a orientação sexual, a religião ou o país que vive. Mas nem sempre foi assim. Nos tempos passados, não havia garantias dos direitos individuais da pessoa humana.
Os direitos humanos surgiram da ideia de que todas as pessoas deveriam ter, garantidos em lei, alguns princípios básicos, necessários a uma vida digna em sociedade. Encontramos essa ideia em todo o processo de desenvolvimento e evolução da humanidade enquanto ser social, tanto nos livros bíblicos do Antigo e do Novo Testamento, quanto em alguns pensadores nas áreas de História, Sociologia e Antropologia. Um primeiro exemplo é a narrativa sobre a criação que encontramos no livro de Gênesis (Gn 1, 25-29)  onde a criatura, cen­tro do ato criador, torna-se parceiro do próprio criador no cuidado com toda a sua criação. Um segundo exemplo é a tentação do poder absoluto nas narrativas do fruto proibido (Gn 2, 15-17), pois comer daquele fruto permitiria ter o mesmo poder de Deus. Por isso o ser humano se percebeu nu e frágil, consciente de sua limitação. Já o relato da Torre de Babel (Gn 11), por meio da confusão das línguas diferentes, mostra a impossibilidade dos seres humanos serem submetidos a um poder absoluto, ou seja, haverá sempre a luta pelo poder.
No Pentateuco, percebemos o caráter social da ética dos hebreus nos critério estabelecidos para o convívio humano pautado pelo reconhecimento dos direitos como as Leis de Deus (Ex 20, 1-17) que norteia toda a ação e convívio humano, como por exemplo, o uso e a distribuição da terra e dos alimentos, pois a maior preocupação é com os pobres, os órfãos, as viúvas, os leprosos, os estrangeiros, com todos que correm o risco da exclusão. Mas é com os profetas do Antigo Testamento que encontramos muitas ações em defesa da dignidade, da liberdade e do direito à vida humana em plenitude. Os profetas representavam a oposição consciente aos atos do poder dos que reinavam sobre o povo em Israel. Eles foram chamados e enviados por Deus para denunciar toda opressão e falácia do poder dos Reis, que deveria estar a serviço do povo, e anunciar o Reinado de Deus.
O Novo Testamento, além dos Evangelhos, traz também narrativas referentes às primeiras comunidades cristãs, descrevendo as atividades dos discípulos após a morte e a ressurreição de Jesus, evidenciando a forma de organização social das mesmas. Poderíamos aqui exemplificar com várias passagens do próprio Jesus, mas para o propósito do nosso texto citarei o Apóstolo Paulo (Rm 13, 1-7), mediando um confronto entre a comunidade e a autoridade política local. Esse tipo de problema, sabemos muito bem, ocorre ainda hoje em nossas comunidades. No entanto, Paulo escreve a comunidade no intuito de mostrar como deve ser exercido o poder político e o seu limite, objetivando estrategicamente, com isso, evitar a negação radical da autoridade política. Fazer essa leitura de maneira desatenta nos leva a pensar que Paulo está sugerindo que toda autoridade é boa e deve ser obedecida, porém, o que Paulo está dizendo é que não devemos hostilizar e nem desprezar a autoridade inadvertidamente, isso, para nós hoje é defender do Estado de Direito. Podemos concluir, então, que no limite do contexto histórico, social e político, Paulo defende os valores de cidadania e de direitos da pessoa humana.
Como podemos verificar, em toda a Bíblia encontramos textos que relatam a preocupação com a dignidade da vida humana[2]. Outro fato histórico importante na consolidação dos direitos humanos ocorreu em 539 a.C. O primeiro rei da antiga Pérsia, Ciro, o grande, libertou os escravos da Babilônia e, posteriormente, declarou, registrando em um cilindro de barro, que todas as pessoas tinham o direito de escolher sua religião. Este é o registro mais antigo, hoje reconhecido como a primeira carta dos direitos humanos. Além desse registro, outros documentos históricos foram surgindo na intenção de garantir os direitos individuais da pessoa, como a Carta Magna, outorgada pelo Rei João da Inglaterra, no ano de 1215, a elaboração da Petição de Direitos, apresentada ao Rei Carlos I em 1628, a Constituição dos Estados Unidos (1787), a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), e a Declaração dos Direitos dos Estados Unidos (1791). Todos considerados por muitos como documentos precursores da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Dentre os registros históricos[3] acima podemos observar que durante esta fase foram ocorrendo mudanças de ordem política e econômica, no mundo conhecido, sugerindo modificações radicais no comportamento social das pessoas. A partir daí o tempo vai se tornando cada vez mais curto entre um documento e outro. Durante o movimento denominado Renascimento, século XV e XVI, precursor da ciência moderna, surge instrumentos que vão facilitar as navegações marítimas, dando início ao período de expansão da Europa, por meio das colonizações nas Américas e na África, época que fere de morte os direitos humanos, devido, principalmente, a execução dos nativos e a escravidão dos negros africanos. Mas é no século XVIII que se concentra o maior número de documentos históricos relacionados aos direitos da pessoa. Isso ocorre em consequência das grandes mudanças no cenário político, econômico e social que estão acontecendo em toda a Europa e Estados Unidos. Entre as mudanças podemos citar a Revolução Científica, a Revolução Industrial, de cunho econômico, iniciada na Inglaterra, a Revolução Francesa[4], de cunho social e ideológico. Revoluções, estas, que causam uma nova orientação na organização da sociedade e do trabalho.
Nesse sentido, uma nova geografia territorial e política é configurada. Um novo modo de organização social surge mexendo com a vida das pessoas provocando grandes transformações nos hábitos, nos costumes e nos valores morais e éticos. Estas transformações promovem no início do século XX, três novos fatos que vão mexer com todo o mundo: a Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918), a Revolução Russa (1917) e a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945). Neste contexto, em abril de 1945, delegados de cinquenta nações se reuniram em São Francisco formaram a Organização das Nações Unidas – ONU, para proteger as pessoas e promover a paz. Os ideais da ONU foram declarados no prefácio da carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”. A carta entrou em vigor no dia 24 de outubro de 1945, ainda no calor e no cheiro da pólvora propagada na Segunda Guerra Mundial.
Dia 24 de outubro de 1945, a partir desta data se comemora todos os anos o Dia das Nações Unidas. Três anos depois, em 1948, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, inspirada na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborou um documento, que finalmente viria ser aprovado pelas Nações Unidas no dia 10 de dezembro do mesmo ano, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O documento, composto por trinta artigos, tem hoje parte dessas leis constitucionais delineando os direitos fundamentais que formam a base para uma sociedade justa e democrática. Entre os trinta artigos do documento estão questões relacionadas com a garantia dos direitos civis, políticos, sociais e ambientais, como a liberdade individual, a educação, a saúde, a propriedade, a cultura, entre outros.
Como vimos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU, guia o texto base de inúmeras Constituições pelo mundo, inclusive a nossa de 1988. Mas assim como alguns países, o Brasil, ainda, não conseguiu consolidar alguns artigos da Lei universal no que se refere à:
... liberdade e a dignidade, conforme o artigo primeiro... no que se refere à igualdade perante a lei, conforme artigo sétimo...  no que se refere à propriedade, conforme artigo décimo sétimo...  no que se refere à liberdade de pensamento, de consciência e de religião, conforme artigo décimo oitavo...  no que se refere à liberdade de opinião e de expressão, conforme o artigo décimo nono... no que se refere ao direito a trabalho, à filiação sindical e à proteção contra o desemprego, conforme artigo vigésimo terceiro... no que se refere ao direito a repouso, a lazer e a férias periódicas pagas, conforme artigo vigésimo quarto... no que se refere à educação, educação de qualidade gratuita e obrigatória, pelo menos no ensino básico, e acesso ao estudo superior aberto a todos em plena igualdade, conforme o artigo vigésimo sexto... (UNIC / Rio / 005 - Agosto 2009).

Os artigos destacados são os básicos do básico no desafio da construção de uma sociedade justa e fraterna, porém, ainda não conseguimos implantá-los de maneira efetiva na nossa sociedade brasileira. Há muito ainda por fazer, principalmente, no que se refere a: construção de um sistema de educação inclusivo e de qualidade; promoção da justiça social com  empregos e salários dignos; reforma agrária com investimentos financeiros e infraestrutura que garanta a fixação do homem na terra e políticas públicas destinadas aos mais pobres para torná-los pessoas dignas. Aos poucos estamos conquistando alguns desses desafios, no entanto, sabemos que não é fácil, basta olharmos para os últimos 15 anos, a mudança na direção dos investimentos públicos do governo federal, por exemplo, vem causando verdadeiro ódio aos mais ricos, acostumados somente a ganhar e nunca a repartir. Por isso, os mesmos vêm se organizando e investindo muito dinheiro para derrubar o governo e acabar com a festa dos mais pobres e marginalizados. Sendo assim, é preciso conhecer para fazer valer e defender a nossa Constituição, conforme proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu prefácio: “... tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades...”. Ou seja, a saída é pela educação.

Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 2015.





[1] Definição conforme Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

[2] Os textos bíblicos citados são da Bíblia do peregrino da editora Paulus.

[3] http://www.humanrights.com/pt/what-are-human-rights/brief-history/cyrus-cylinder.html

[4] A França, em 1789, aboliu a monarquia absoluta estabelecendo a primeira República Francesa  e nesse momento proclama a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão. Declaração que garante a todos os cidadãos os direitos de liberdade, propriedade, segurança, e resistência à opressão.





[i] Professor, Especialista em Educação e Poeta.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Advento: celebrar o mistério de Deus que vem ao encontro da humanidade.

Advento: celebrar o mistério de Deus que vem ao encontro da humanidade.

             
                                          

        Visita

Abro portas e janelas
e preparo tua visita
sei que vens sem avisar...

Organizo um movimento
já num ritmo mais lento
com o intuito de esperar...

Os ruídos tão intensos
e essa louca correria
não nos deixam te escutar.

Com os fios do desejo
teço a rede dos meus sonhos
pra poder me embalar...

Durmo um pouco mais seguro:
os vazios do futuro
tua visita preencherá.

                                                                Ernesto Barros  Cardoso

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Belém: o lugar do nascimento de Jesus. Valdeci de Oliveira Biro - CEBI Volta Redonda

Belém: o lugar do nascimento de Jesus.
A Belém bíblica, geograficamente situa-se na região de Judá. Era um pequeno povoado no Primeiro Testamento. No livro do Genesis (35,19; 48,7) era conhecida como Efratá, nome do local de atuação do profeta Miquéias (Mq 5,2). Belém/ Efratá é o cenário de atuação de Rute, bisavó do rei Davi, terra natal do rei Davi (1°Sm 16). No período do reinado de Davi, Belém/ Efratá, esteve sob domínio dos Filisteus, conhecidos como povos do Mar (2° Sm 23,14), Roboão fortaleceu Belém/ Efratá depois da separação das tribos do norte (2° Cr 11,5-6).
A ciência arqueológica tem se concentrado em Belém, a partir da Igreja da Natividade como tradição histórica. Justino Mártir século II identificou uma caverna perto de uma aldeia como lugar do nascimento do menino Jesus e foi construída uma Igreja sobre a gruta. A população cristã de Belém reduziu consideravelmente após perseguições sob domínios Mulçumanos e Turcos. Hoje, a Igreja da Natividade em Belém de Efratá permanece no centro conflitos de políticas religiosas entre Palestinos e Israelitas.

Valdeci de Oliveira Biro
Pós-Graduado em Assessoria Bíblica Centro de Estudos Bíblicos
 Escola Superior de Teologia Bíblica Luterana de São Leopoldo-RS
Membro ABIB: Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica

domingo, 13 de dezembro de 2015

2º Domingo de Dezembro: Dia da Bíblia - Gleides - CEBI Nova Iguaçu

Domingo de Dezembro: Dia da Bíblia

      As igrejas protestantes e/ou evangélicas comemoram no 2º domingo de dezembro o Dia da Bíblia.
      A data corresponde ao 2º domingo do Advento, celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal.
      Criada em 1549 na Grã -Bretanha pelo bispo Cranmer que incluiu a data no livro de orações do rei Eduardo VI. O objetivo era interceder a favor de sua leitura.
      No Brasil esse dia começou a ser celebrado em 1850, quando chegaram da Europa e EUA os primeiros missionários protestantes.
      Porém, o mais importante são as histórias reais que esse livro inspira.

País de Gales - Reino Unido, final do século XVIII
     
      No vilarejo de Alan morava uma menina chamada Mary Jones que, como os demais membros de sua família, não sabia ler.
      Aos domingos participava do culto na igreja do vilarejo e ficava encantada com a leitura da Bíblia feita pelo pastor.
       Aos 10 anos ingressou na escola que chegou na vila e foi alfabetizada.
      O desejo de ter sua própria Bíblia levou a pequena Mary a trabalhar duro durante seis anos até reunir dinheiro suficiente para adquiri-La.
      E assim, aos 16 anos, partiu a pé para o vilarejo de Bala, distante 40 km, atravessando vales e ribeirões para realizar seu sonho.
      Ali, em casa do rev Thomas Charles, adquiriu a única Bíblia em galês que restava e que já tinha comprador mas, ao contar sua história, sensibilizou o religioso que lhe vendeu o precioso livro.
      De volta à sua vila Mary Jones pela primeira vez abriu e leu a Bíblia em sua casa. Foi lido o Salmo150.
      Inspirados na determinação dessa menina, em 7 de dezembro de 1804, líderes de várias igrejas criaram a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, em Londres, como objetivo de traduzir, imprimir e distribuir a Bíblia.
      Hoje são 140 Sociedades Bíblicas espalhadas pelo mundo, incluindo a Sociedade Bíblica do Brasil, criada em 1948.

Tinguá - Nova Iguaçu, outubro de 2014

      A festinha coordenada pela “tia” Paula em comemoração ao Dia das Crianças havia terminado.
      A garotada era só alegria com seus saquinhos de guloseimas e os brinquedos recebidos.
      Tia Paula, com tanto movimento, esqueceu que iria sortear um exemplar da Bíblia.  
           Foi quando ela avistou Juliana, uma menina de aproximadamente 12 anos que, pela primeira vez, participava dos eventos realizados no sítio. Ela aguardava a mãe que viria buscá-la.
      “Você já tem Bíblia, Juliana? Perguntou. Diante da resposta negativa ofereceu-lhe o exemplar que seria sorteado.
      A alegria que tomou o rosto da menina impressionou a todos.
      “Mãe, advinha o que eu ganhei? Uma Bíblia, mãe!”
      Sua mãe, então, relatou como a filha desejava ter uma Bíblia e de como insistentemente pedia que lhe fosse comprada.
      Ao contrário de Mary Jones, Juliana vive em uma época  em que as bíblias já não são tão caras e estão editadas em vários idiomas, inclusive os minoritários.
      O que essas meninas tem em comum e nos toca é o desejo de possuí-la e o carinho que dedicam a esse livro tão antigo.      
      Não apenas ouvir sua leitura mas poder lê-lo com os próprios olhos e coração.
      Ter a possibilidade de ler suas histórias, conhecer Jesus e aprender a gostar de Deus.
      Que o Deus da Vida, da Bíblia e das crianças abençoe Juliana e todas as meninas e meninos que irão ao Seu encontro através de sua leitura.
      Amém.

                                                                          Gleides - Nova Iguaçu

    

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

No silêncio da noite - homenagem à Maria Batista. - Gleides CEBI-Nova Iguaçu

                                           No silêncio da noite

Delicadamente
como viveu
partiu.

No silêncio da noite
fez sua pessach.

Sem despedidas
lamentos
resistência.

Adormeceu
para despertar
finalmente
na casa do Pai.

Adormeceu
embalada pelas lembranças
que, mansamente,
foram ficando pra traz:
Rostos
Sorrisos
Vozes
Medos
Canções
Mãos entrelaçadas 
em cirandas
Ternos olhares
Pequenas mãozinhas
Mesas compartilhadas
com alegria
Amores ...

Simplesmente partiu
ao encontro
d'Aquele que é o Amor.

Ah! Maria ...

Não adianta
Não esqueceremos você!

Um dia
voltaremos a nos encontrar.

Saudades

                                                                                                             
       Maria Batista (1946 - 2015)

                                                                         



                                                                               Gleides - Nova Iguaçu

terça-feira, 24 de novembro de 2015

África e Bahia - João Crispim Victorio Cebi Campo Grande - RIO (RJ)

África e Bahia

África, terra de tantos encantos
Canto para te saudar
Terra do povo negro
Salve os teus orixás...

Bahia, braço de continuidade
Que vontade de ficar
Terra de todos os santos
Canto para teus orixás...

Oxalá, que na força deste povo
Um grito novo possa ecoar
Laços de amizade e magia
África, Bahia e seus orixás...

África, terra de tantos encantos...

Bahia, terra de todos os santos...

Oxalá, canta o povo de todas as etnias...

África e Bahia
Cantam para seus orixás...


Poema de João Crispim Victorio
Extraído do livro: Poetas de Manguinhos (1997).

22 de novembro de 2015.

sábado, 7 de novembro de 2015

Ciência e Tecnologia, a serviço de quem? João Crispim Victorio - CEBI Campo Grande - Rio (RJ)

Ciência e Tecnologia, a serviço de quem?

João Crispim Victorio[i]

            Antes de qualquer coisa é preciso compreender o conceito e a evolução da Ciência e da Tecnologia dentro de um contexto histórico, social e ideológico, próprio da evolução humana. Dessa maneira iremos perceber que Ciência e Tecnologia caminham juntas, mas nem sempre dependente uma da outra; que quanto mais avançado em Ciência e Tecnologia for um determinado país, mais poder exercerá sobre os outros e, por fim, para a Ciência e a Tecnologia acontecerem são necessários investimentos, por um lado, intelectual, capacidade de criação do ser humano e, por outro, financeiro, pois no modelo político-ideológico que vivemos, sem o dinheiro, não há crescimento científico e tecnológico.
A palavra ciência deriva do latim "scientia" que significa conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo o conhecimento que abarca teorias e leis gerais obtidas e testadas por meio do método científico. A Ciência, na verdade, comporta um conjunto de saberes com teorias elaboradas nas suas próprias metodologias. Dentre esse conjunto de saberes temos as Ciências da Natureza que descrevem, ordenam e comparam os fenômenos naturais determinando as relações existentes entre eles, formulando leis e regras. Podemos distingui-las como Ciências Exatas: física e química e Ciências Descritivas: biologia, geologia, medicina, entre outras.
Já a palavra tecnologia tem sua origem no grego “τεχνη” e “λογια” que significam ofício e estudo respectivamente, ou seja, o termo envolve conhecimento técnico e científico. Então, tecnologias são métodos elaborados para melhorar o funcionamento dos mecanismos de produção visando tornar mais rentáveis os investimentos e isso compreende desde as ferramentas mais simples até as mais complexas. Sendo assim, podemos definir tecnologia como sendo a aplicação do conhecimento científico por meio do estudo sistemático das técnicas para fabricar e fazer coisas conseguindo um melhor resultado prático. Portanto, isso demonstra que a Tecnologia está intimamente ligada a Ciência e ambas se completam para dinamizar a vida no mundo[1].
A religião, refiro-me aqui ao cristianismo, durante todo o processo de evolução humana, além das Ciências e das Tecnologias, torna-se um fator que merece destaque devido sua influência e interferência na vida e na história humana. A Bíblia, por exemplo, não é um livro científico, mas fala de ciência e está de acordo com fatos científicos bem diferentes das crenças de alguns povos que viviam na época em que algumas de suas histórias saíram da oralidade e ganharam a forma da escrita. Comparando com a periodização clássica da historiografia as histórias biblicas acontecem dentro do período que chamamos de História Antiga, em dois momentos. O primeiro, Antigo Testamento, de 1900 a.C. até o ano 1 da era cristã e o segundo, Novo Testamento, tem seu início a partir do nascimento, da trajetória, da morte de Jesus Cristo e seus discípulos, ou seja, até os anos 70 d.C.
Vejamos alguns exemplo dos relatos bíblicos[2] que demonstram, de forma interessante, essa ligação entre Ciência e Religião. Vamos iniciar esta tarefa com a questão do Universo:  segundo o livro de Gênesis o Universo tem uma criação (Gn1, 1). No entanto, para alguns povos antigos o Universo não foi criado e sim nascido de deuses e os seres humanos eram vítimas das ações imprevisíveis desses deuses,  sabemos, pois, que  o Universo é governado por leis naturais e não por caprichos dos deuses, conforme relatos no livro de Jó (Jó 38, 33) e de  Jeremias (Jr 33, 25); A Terra é suspensa no espaço vazio, conforme, Jó (Jó 26, 7). Porém, alguns povos antigos acreditavam que a Terra era achatada e se apoiava em um búfalo ou em uma tartaruga; ainda de acordo com Jó (Jó 36, 27-28) e, também, Eclesiastes (Ecl 1, 7) , entre alguns outros livros biblicos, a água evapora e cai em forma de chuva, alimentando os rios e os mares. Os povos antigos acreditavam e até o século 18, ainda se acreditava que eram as águas dos oceanos subterrâneos que alimentavam os rios; algumas práticas de higiene são relatadas em Levítico (Lev 11, 28 e 13, 1-5) e Deuteronômio (Deu 23, 13), regulamentando ao povo de Israel procedimentos corretos depois de tocar num cadáver, isolar pessoas com doenças infecciosas e eliminar fezes humanas de forma segura. Nessa  época os egípcios tratavam as feridas com excremento humano.
Com esses poucos exemplos citados já é possível verificar que a evolução da humanidade sempre esteve diretamente ligada ao tripé: Religião , Ciência e Tecnologia. Hoje sabemos que ao longo dessa evolução muitos cientistas, alguns deles divididos entre Ciência e Religião, tiveram importante participação, mesmo durante a tenebrosa inquisição. Pois, suas descobertas possibilitaram o progresso da vida humana em sociedade e muitas das transformações sociais se deram devido ao avanço científico que desde os primórdios da nossa história, principalmente, a partir da descoberta, do uso e da reprodução do fogo, assim como o uso de um simples galho de árvore para ampliar o braço humano e derrubar uma fruta, vem ocorrendo. Ou seja, podemos dizer que nos distintos períodos da história que antecederam a Revolução Científica[3], na Europa do início no século 17, vimos uma ciência voltada para os conhecimentos que poderiam explicar o Universo e seus fenômenos naturais e já nos períodos pós Revolução Científica veremos a consolidação do que se convencionou chamar Ciência Moderna. O embrião da Revolução foi a Renascença italiana, que apesar da posição contrária da Igreja Católica foi em frente e no início do século 18, toma forma o método científico, que passaria ser aplicado na busca de explicação dos fenômenos da natureza. Aqui dois personagens se destacaram Francis Bacon e René Descartes.
Nesse sentido, podemos concluir que a evolução da Ciência e da Tecnologia, ao longo da história da humanidade, transita por três fases distintas, até tornarem-se indissociáveis e, por que não dizer, centro da incansável busca pelo progresso humano. Tomaremos por base, para essas divisões em fases, a Revolução Industrial ou, segundo alguns historiadores, Revolução Tecnológica, que teve início na Inglaterra de 1740, século 18. Revolução esta que acontece devido aos avanços científicos e tecnológicos da época, pois, possibilitaram a introdução das máquinas no processo produtivo. A introdução da mecanização na produção, até então artesanal, dá origem as fábricas e por consequência inicia-se um modelo de organização do trabalho, agora de forma intensiva. Dessa forma podemos concluir que a primeira fase da evolução da Ciência e da Tecnologia ocorre no período que antecede a Revolução Industrial. A segunda fase acontece no período que vai da Revolução Industrial até a Segunda Guerra Mundial, século 20, e a terceira fase do avanço da Ciência e da Tecnologia, inicia-se com a Segunda Grande Guerra, também no século 20, até os nossos dias atuais.
Como podemos verificar, hoje, a introdução das máquinas nos setores produtivos ao longo dos anos, não só aumentou a velocidade do trabalho como também reduziu e até mesmo substituiu o homem no seu posto de trabalho. Sendo assim, a máquina e sua evolução através dos tempos passa ser o centro no processo econômico e produtivo. Nesse contexto, com a ampliação do crédito foi possível dinamizar e fortalecer o sistema capitalista em ascensão e o capital, sem sombra de dúvidas, sempre ficou nas mãos de uns poucos, numa roda viva que tem sustentação primeiro, no pilar econômico e segundo, no pilar político.
Mas, nos dias de hoje, num mundo dividido entre uma minoria de detentores do capital e uma maioria de desprovidos desse mesmo capital, é preciso fazer a seguinte reflexão: a Ciência e a Tecnologia estão a serviço de todos? A resposta a esse questionamento é, simplesmente, não. Agora, depois de respondida a questão, temos de tomar algumas atitudes, já que, o conhecimento científico, conforme observado, ao longo da história, não era privilégio de alguns grupos em detrimento de outros, mas ocorrera de maneira a favorecer melhores condições de vida a todos, assim, como os relatos do livro de Levítico[4]. Para tanto, é necessário que mudemos o nosso pensamento e comportamento no sentido de garantir, lá na frente, a longo prazo, uma nova humanidade. Proponho que essa mudança comece já, pois não é possível que fiquemos no famoso “jeitinho”, é preciso muito mais. É preciso construir um novo modo de viver e para alcançar esse objetivo o primeiro passo seria desenvolver entre nós a cultura do não consumismo, consequentemente, nos livrando das amarras da ideologia capitalista que só valoriza o ter em detrimento do ser.




Rio de Janeiro, 7 de novembro de 2015.


[1] De acordo com a UNESCO, "a ciência é o conjunto de conhecimentos organizados sobre os mecanismos de causalidade dos fatos observáveis, obtidos através do estudo objetivo dos fenômenos empíricos"; enquanto "a tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos diretamente aplicáveis à produção ou melhoria de bens ou serviços" (Reis, Dálcio Roberto, “Ciência e Tecnologia” in www.xadrezeduca.com.br/site/h4/).

[2] Os textos bíblicos citados são da Bíblia do peregrino da editora Paulus.

[3] A revolução científica moderna tem início com a obra de Nicolau Copérnico, Sobre a revolução dos orbes celestes (1543). Copérnico defende matematicamente um modelo de cosmo heliocêntrico, rompendo com o sistema geocêntrico formulado no século II por Cláudio Ptolomeu. Os filósofos René Descartes e Francis Bacon dedicaram suas obras as novas teorias científicas e ao modelo de ciência baseado no método científico da observação, da experimentação e verificação de hipóteses como critérios decisivos, destituindo de vez o argumento metafísico.

[4] O livro de Levítico é um tratado de higiene e saúde. Nessa época o povo vivia a Idade do Bronze (1500 a.C.). Estavam saindo do Egito, viajando a pé e acampando pelo caminho, com rebanhos e crianças imigrando para o Oriente Médio. As orientações visavam acomodar as necessidades e resguardar o povo de uma epidemia ou doença generalizada pelo acampamento. As medidas anunciadas são profiláticas visando primariamente a prevenção e a erradicação de microorganismos.




[i] Professor, Especialista em Educação e Poeta.