sexta-feira, 28 de junho de 2013

Seminário Bíblia e Violência Urbana - 13 de Julho de 2013


A Sabedoria grita pelas ruas e levanta a voz nas praças. Ela grita no burburinho  da cidade e anuncia nas praças públicas:  «Até quando, ó ingênuos, vocês vão amar a ingenuidade? E vocês, zombadores, até quando se empenharão na zombaria? E vocês,insensatos, até quando odiarão o conhecimento (Provérbio 1, 20-22)


Seminário Bíblia e Violência Urbana


Com alegria e grande prazer que convidamos para participar do seminário Bíblia e Violência urbana
Data: 13 de Julho de 2013
 Horário: 9h às 18h

 Pergunta de preparação/aquecimento para o seminário:
   Quais os fatores que geram violência em sua comunidade, bairro ou cidade?

Neste seminário contaremos com a assessoria:
             José Claudio (Sociólogo)                                            
Henrique Pessoa (delegado de polícia)
MJPOP (Movimento Jovem por Políticas Públicas)
Membros da Dimensão Cidadania e Meio Ambiente - CEBI RJ

Taxa: R$ 15,00 
pode ser paga no dia do evento ou depositada antecipadamente na conta poupança Banco do Brasil Agência 001-9  42295 - 9 variação 51 em nome de Fabiano Romes Maciel.

Local do Seminário: Colégio Assunção - Rua Almirante Alexandrino,2023 Santa Teresa
Como chegar: da  Central tomar  o circular 06 direção Silvestre
da Rodoviária tomar qualquer ônibus que passe na Central e depois tomar o 06 direção Silvestre saltar em frente ao Colégio Assunção

De taxi da rodoviária fica em torno de R$ 30,00

Maiores informações secretariado do CEBI RJ.

Divino: 9749-9065
Fátima: 9635-8237
Maria Batista: 2683-2375



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Introdução ao Estudo Bíblico no Rádio on line - fascículo 13 - Valdeci de Oliveira - BIRO - CEBI Volta Redonda

Introdução ao Estudo Bíblico no Rádio on line
PROGRAMA PALAVRA E MENSAGEM-RÁDIO SINTONIA DO VALE 99,3 FM,
DOMINGO 10 ÁS 12 h.
 
FASCICULO 13
VALDECI DE OLIVEIRA-BIRO



O presente estudo tem como objetivo mostrar como a Bíblia pode ser entendida e estudada no seu âmbito natural com o Povo de Deus e em Comunidade de Fé.

"A Bíblia é ao mesmo tempo humana e divina, exige de nossa parte a tarefa de interpretá-la."


Texto do dia 30 DE  JUNHO 2013.


Leitura dos Atos dos Apóstolos 12,1-11: Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus.

Salmo responsorial 33/34: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome!

2° Timóteo 4,6-8. 17-18: Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.

Mateus 16,13-19: Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.

BREVE COMENTARIOS DOS TEXTOS BIBLICOS

A figura de Pedro é destacada principalmente na primeira leitura e no evangelho; a de Paulo, na segunda leitura. Mas a primeira leitura cria um espaço para falar dos dois: mostra que Deus está com seus enviados. Baseando-se na compreensão popular dos dois apóstolos, pode-se combinar, nesta celebração, a ideia da pessoa de referência para a unidade da Igreja, como foi Pedro, e a do incansável missionário, que foi Paulo. O lema que se pode repetir na pregação é: “Missão a todos, na unidade”.

1. I leitura (At 12,1-11)

A primeira leitura, tomada dos Atos dos Apóstolos, narra o episódio da prisão e libertação de Pedro. Por volta de 43 d.C., o rei judeu, Herodes Agripa I, vassalo dos romanos, mandou executar o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu. Depois mandou aprisionar Pedro. Mas o “anjo do Senhor” o libertou como libertou os israelitas do Egito. A comunidade recorreu à arma da oração: é Deus quem age, ele é o libertador. Assim, Pedro é libertado da prisão pelo anjo do Senhor. Este feito confirma sua missão especial na Igreja, ressaltada no evangelho. O significado desse episódio pode ser estendido à vida de Paulo, que, conforme At 16,16-40, viveu uma experiência semelhante, além de muitas outras situações de perigo e aperto (cf. 2Cor 11,16-33).
   
2. Evangelho (Mt 16,13-19)

O evangelho apresenta Pedro como a pedra ou rocha da Igreja. A situação é a seguinte: Jesus havia enviado os Doze em missão, e eles tomaram conhecimento das reações do povo diante de Jesus, além do acontecido com João Batista, decapitado por Herodes Agripa. Quando os discípulos voltam da missão, Jesus lhes pergunta quem o povo e quem eles mesmos dizem que ele é. Pedro responde pelos Doze e chama Jesus de Messias (em grego, Cristo: cf. Mc 8,29) e Filho de Deus (como diz Mt 16,16; cf. 14,33). Enquanto o relato de Marcos (Mc 8,27-30) é mais simples, o de Mateus mostra que Jesus reage à profissão de fé feita por Pedro em nome dos Doze com três observações. Primeiro, reconhece nela uma inspiração divina: “não foi um ser humano (literalmente, ‘carne e sangue’) que te revelou isso” (Mt 16,17). Além disso, muda o nome de Simão, chamando-o, com um jogo de palavras, de Pedro, porque “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder (literalmente, ‘as portas’) do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Enfim, Jesus confia a Pedro o serviço de governar a comunidade (as “chaves” e o poder de ligar e desligar, ou seja, obrigar e deixar livre, poder de decisão), com ratificação divina (“será ligado/desligado no céu”, Mt 16,19).

Jesus dá a Simão o nome de Pedro, “Pedra”, que sugere solidez: Simão deve ser a “pedra” (rocha) que dará solidez à comunidade de Jesus (cf. Lc 22,32). Isso não é um reconhecimento de suas qualidades naturais, embora possamos supor que Simão deva ter sido um bom empresário de pesca! Pelo contrário, não se refere ao que Pedro foi, mas ao que será. Trata-se de uma vocação que o transforma. Muitas vezes, na Bíblia, a imposição de um novo nome significa que a pessoa recebe nova vocação e deverá transformar-se para corresponder. Na Bíblia, ser “rocha” é, antes de tudo, um atributo de Deus mesmo, o “Rochedo de Israel” (cf. Dt 32,4 etc.). Jesus, com certeza, não quer colocar Pedro no lugar do “Rochedo de Israel”, mas o incumbe, por assim dizer, de uma missão que tenha qualidade análoga. A firmeza e a proteção evocadas pela imagem da rocha não são algo que Simão Pedro tem em si mesmo (ele negará conhecer Jesus na hora em que deveria testemunhar), mas é a firmeza e a proteção de Deus das quais ele é constituído “ministro”, e essa “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: as “portas” (cidade fortificada, reino) do inferno não poderão nada contra a Igreja. Esse ministério está a serviço do reino dos céus (maneira de Mateus dizer o reino de Deus). Assim como as chaves das portas da cidade são entregues a seu prefeito (cf. Is 22,22), assim Pedro recebe o governo da comunidade que instaura o reino de Deus no mundo. Em Mt 18,18, autoridade semelhante é exercida pela comunidade, mas Pedro tem uma responsabilidade específica, unificadora, que dá solidez à Igreja.

3. II leitura (2°Tm 4,6-8.17-18)

A segunda leitura evoca Paulo. Ele, que sempre trabalhou com as próprias mãos, está preso com correntes; na defesa, ninguém o assistiu. Contudo, fala cheio de gratidão e esperança. “Guardou a fidelidade”: a sua e a dos fiéis. Aguarda com confiança o encontro com o Senhor. Ofereceu sua vida no amor, e o amor não tem fim (cf. 1°Cor 13,8). Seu último ato religioso é a oblação da própria vida (cf. Rm 1,9; 12,1). Sua vida está nas mãos de Deus, que a arrebata da boca das feras.

Sua vocação se deu por ocasião da aparição de Cristo no caminho de Damasco: de perseguidor, Paulo se transformou em apóstolo e realizou, mais do que os outros apóstolos, a missão de ser testemunha de Cristo até os confins da terra (At 1,8). Apóstolo dos pagãos tornou realidade à universalidade da Igreja, da qual Pedro é o guardião. A segunda leitura que hoje ouvimos é o resumo de sua vida de plena dedicação à evangelização entre os pagãos, nas circunstâncias mais difíceis: a palavra tinha de ser ouvida por todas as nações (2°Tm 4,17). A ninguém podia ficar escondida a luz de Cristo! O mundo em que Paulo se movimentava estava dividido entre a religiosidade rígida dos judeus farisaicos e o mundo pagão, entre a dissolução moral e o fanatismo religioso. Nesse contexto, o apóstolo anunciou o Cristo crucificado como a salvação: loucura para os gregos, escândalo para os judeus, mas alegria verdadeira para quem nele crê. Missão difícil. No fim de sua vida, Paulo pode dizer que “combateu o bom combate e conservou a fé”. Essa afirmação deve ser entendida como fidelidade na prática, tanto de Paulo como dos fiéis que ele ganhou. Como Cristo, o bom pastor, não deixa as ovelhas se perder, assim também o apóstolo, enviado de Cristo, as conserva nesse laço de adesão fiel, marca de sua própria vida.

 PISTAS DE REFLEXÃO

Conforme o evangelho, Simão responde pela fé dos seus irmãos. Por isso, Jesus lhe dá o nome de Pedro, que significa sua vocação de ser “pedra”, rocha, para que seja edificada sobre ele a comunidade dos que aderem a Jesus na fé. Pedro deverá dar firmeza aos seus irmãos (cf. Lc 22,32). Essa “nomeação” vai acompanhada de uma promessa: o reino do inferno não poderá nada contra a Igreja, que é uma realização do reino do céu. A libertação da prisão, lembrada na primeira leitura, ilustra essa promessa. Jesus confia a Pedro “o poder das chaves”, o serviço de administrador de sua “cidade”, de sua comunidade. Não se trata de um poder ilimitado, mas de responsabilidade pastoral, que concerne à orientação dos fiéis para a vida em Deus, no caminho de Cristo.

Se Pedro aparece como fundamento institucional da Igreja de Jerusalém, Paulo aparece mais na qualidade de fundador carismático, a partir dos gentios e pagãos. Transformado por Cristo em mensageiro seu (“apóstolo: enviados de Cristo”), ele realiza, por excelência, a missão dos apóstolos de serem testemunhas de Cristo “até os extremos da terra” (cf. At 1,8). As cartas a Timóteo, escritas na prisão em Roma, é a prova disso, pois Roma é a capital do mundo, era a ponte principal e oportuna para ligar o evangelho se espalhar por todo o mundo civilizado daquele tempo. Paulo é o “apóstolo das nações pagãs e gentias”. No fim da sua vida, pode entregá-la como “oferenda adequada” a Deus, assim como ensinou (Rm 12,1). Como Pedro, ele experimenta Deus como o Deus que liberta da tribulação (cf. a primeira leitura).

E qual será, hoje, o bom combate? Como no tempo de Pedro e Paulo, a luta pela justiça e pela verdade em meio a abusos, contradições e deformações. Por um lado, a exploração desavergonhada, que até se serve dos símbolos da nossa religião para fins lucrativos; por outro, a tentação de largar tudo e dizer que a religião é um obstáculo à emancipação humana. Nossa luta é, precisamente, assumir a libertação em nome de Jesus, sendo-lhe fiéis; pois, na sua morte, ele realizou a solidariedade mais radical que podemos imaginar.

ORAÇÃO PARA O GRUPO

Concedei-nos, ó Deus, por este pão partilhado, viver de tal modo na vossa Igreja de Cristo, que, perseverando na fração do pão e no anúncio do evangelho da Vida em conjunto com os discípulos (as), e enraizados no vosso amor, sejamos um só coração e uma só alma. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!




BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

MESTERS, C.; OROFINO, F. Pé no chão, sonho no coração. Olhar no espelho das primeiras comunidades. Círculos Bíblicos dos Atos dos Apóstolos (1a parte: At 1,1 a 11,18). São Leopoldo: CEBI, 2001, 146 p.
MOXNES, H. A Economia do Reino: Conflito Social e Relações Econômicas no Evangelho de Lucas. Traduzido do inglês por Thereza Christina F. Stummer. São Paulo: Paulus, 1997, 166 p.
RICHARD, P. O Movimento de Jesus depois da Ressurreição: Uma Interpretação Libertadora dos Atos dos Apóstolos. Traduzido do espanhol por José Afonso Beradin. São Paulo: Paulinas, 1999, 223 p.
RIUS-CAMPS, J. O Evangelho de Lucas: O Êxodo do Homem Livre. Traduzido do espanhol por João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1997, 363 p.
STORNIOLO, I. Como ler o Evangelho de Lucas: Os Pobres Constroem a Nova História. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 222 p.


Produzido por Valdeci de Oliveira-Biro
Coordenador do CEBI-Centro de Estudos Bíblicos-VR
Membro fraterno do CONIC: Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil. Comunicador do programa Palavra e Mensagem, na Rádio Sintonia do Vale 99,3 FM. Todo Domingo de 10 às 12 horas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O Livro de Amós: A Denúncia da Injustiça Social. Fernando Henriques - CEBI Méier

CEBI MÉIER
Comunidade Renato Cadore

O Livro de Amós: A Denúncia da Injustiça Social.



Fernando Henriques
coordenador


Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta. Eu sou criador de gado e cultivador de sicômoros. Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou: Vá profetizar a meu povo Israel” (Amós 7, 14b-15).


O Livro de Amós é uma grande denúncia da injustiça social. Além disso, é uma crítica à religião que serve de fachada para a injustiça, que acoberta um sistema social iníquo e viciado pela raiz. Lendo o Livro de Amós podemos ter uma ideia do significado e da forma da atividade profética, pois o texto desse profeta é uma verdadeira introdução ao profetismo, com todos os elementos básicos que caracterizam os livros proféticos que surgirão posteriormente (Euclides M. Balancin e Ivo Sorniolo).
A vocação profética de Amós chama a nossa atenção para a liberdade de Deus, que escolhe seus enviados onde ele quer e não apenas onde esperaríamos que escolhesse. Isso mostra a importância de estarmos atentos para ver onde está se manifestando a voz da profecia. A voz que se pretende profética é sempre uma voz libertadora, que desvenda a realidade e aponta caminhos para que o povo tenha mais vida. Tanto sua denúncia como seu anúncio libertam o povo das amarras de uma realidade que o oprime, para construir novos passos na história em direção a uma sociedade mais justa.
Como base para sua crítica profética, Amós recorreu ao acontecimento fundante do povo de Israel: a libertação da escravidão para formar uma nova sociedade em aliança com o Deus justo. Amós denuncia que Israel se esquecera de sua própria história, renegando os valores de esperança e libertação. Não se tratava de mero erro, grande ou pequeno, mas de clara involução. A crítica de Amós, portanto não exige uma reforma qualquer, mas uma retomada fundamental da própria história, produzindo uma conversão no presente ao projeto de Javé.

O cerne de todas as críticas de Amós pode ser resumido num só ponto: a perversão de uma religião que na origem é essencialmente libertadora, para transformá-la em instrumento de opressão. O profeta articula a Palavra de Deus para desmontar essa ordem injusta e trazer novamente a esperança para o povo. Sua firmeza e confiança repousam apenas na certeza que ele percebe através dos grandes atos de Deus na história.
O texto final do livro de Amós (9,11-15) é um acréscimo feito muito tempo depois e se dirige aos judeus exilados na Babilônia. Esse texto final abre perspectivas de esperança para aqueles que foram castigados com o exílio e reconheceram a própria culpa. Redescobre a possibilidade do Dia de Javé como Dia de Luz para todo o povo.
***
Livro de Oséias: Palavra de Javé que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Ozias, Joatão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. O século VIII a.C. impressiona pela acumulação, no breve espaço de tempo de meio século, de quatro profetas de grande calibre: Amós, Oséias, Isaías e Miquéias.
No movimento profético temos duas fortes correntes, a israelita e a judaíta. A corrente judaíta apresenta sacerdotes críticos ao Estado (Isaías e Ezequiel). A corrente israelita é mais camponesa e revolucionária (Samuel, Elias, Eliseu, Miquéias, Amós, Oséias, Jeremias).
O Profeta Oséias é do Reino do Norte (Israel) e profetiza entre os anos de 743 e 732 a.C. O nome Oséias significa Deus Salva. Oséias chamará poeticamente o Reino de Israel de Efraim. Ele sucede Amós, após este ter sido expulso do Reino do Norte. Israel possuía à época dois grandes santuários: Betel e Garizim. Foi um período de muitos conflitos internos, ao mesmo tempo em que a profecia cresceu como voz dos espoliados. O Reino de Israel vivia seus últimos anos de independência, pois Samaria, a capital, seria tomada pelos assírios em 722 a. C.
A juventude de Oséias coincidiu com um dos poucos momentos de prosperidade do Reino do Norte. Entretanto essa situação mudou completamente após a morte do rei Jeroboão II (783-743 a.C.). O Reino de Israel decaiu rapidamente devido ao expansionismo do Império Assírio, à fragilidade do poder central e às suas contradições internas. Nunca mais haverá um Reino de Israel.
Oséias é o profeta que sente “as dores do fim” e dará uma certa continuidade à profecia de Amós, acentuando a necessidade de restaurar o culto e a função do templo de Betel como um lugar do verdadeiro culto a Javé.
A não ser que não se trate só de uma parábola, Oséias viveu um drama em sua vida conjugal: a infidelidade da esposa, que se desviou para a prostituição. Apesar disso, o marido continuou a amá-la, e, convertida, acolheu-a novamente. O amor de Oséias, assim fiel e desinteressado, despertou a mulher para o seu valor e ela voltou a ser a esposa. Com isso, Oséias descobriu ser ele dono da força regeneradora do amor. Esta marcante experiência abriu os olhos do profeta para a tragédia de seu povo: amado por Deus, mas infiel. Oséias será o profeta da fidelidade amorosa à Aliança.
O tema central do profeta será claro e preciso: o amor de Deus e o pecado de Israel. O cerne da mensagem de Oséias sustenta que Deus quer Amor e Misericórdia e não sacrifícios. Trata-se de uma virulenta denúncia contra as elites que promoviam a violência e viviam à custa do sangue do povo oprimido, explorando até a sua fé em Deus. A instituição sacerdotal em Betel é diretamente acusada pela profecia de Oséias. Os sacerdotes são especialmente acusados de não instruir o povo, facilitando com que se afastem da Aliança com Javé. De uma certa maneira a classe sacerdotal era reforçada com a multiplicação dos pecados, pois isto também significava mais gastos em sacrifícios. O afastamento do povo de Javé é apresentado pelo profeta como prostituição.
Dentro da dinâmica da Aliança e da necessidade de reatar relações, se poderia resumir a teologia de Oséias nos seguintes pontos:
•        Javé pede divórcio em virtude da corrupção dos líderes religiosos e políticos e se retira de sua presença.
•        Reis e sacerdotes são culpados pela situação do povo.
•        As injustiças sociais ferem o povo e rompem a Aliança.
•        Deus é mãe que alimenta o filho, que tem seus cuidados e se preocupa, mesmo quando este não entende; por isso usa de misericórdia, e quer que os seus filhos usem também, mais que apenas ritos.
•        A misericórdia é a proposta de Deus para restaurar a justiça e a linguagem humana necessita do coração para alcançar a pessoa.

A vinda de Javé é certa como a aurora, ele virá a nós como a chuva, como o aguaceiro que ensopa a terra. Mas o amor do povo é como a neblina da manhã, como o orvalho que logo cedo se evapora.
Se Oséias vivesse hoje provavelmente denunciaria as classes sacerdotais que vendem benefícios, bênçãos e prosperidade. Provavelmente denunciaria o Estado como instrumento de opressão a serviço dos poderosos. Ele provavelmente criticaria o povo por se afastar dos mandamentos de Deus, caindo no hedonismo, no materialismo e na ideologia de prosperar a qualquer preço. Tudo isso nos afasta de Deus.
Hoje existem, dentro da Igreja, aqueles que procuram neutralizar a alienação na qual vivem tantos cristãos, perdidos em práticas e observâncias que já não são expressão de amizade com Deus, mas simples expressão de uma procura de segurança humana. A manutenção rígida dessa situação, tanto na Igreja como na sociedade, não provém só do povo, mas também daqueles que exercem a autoridade. Assim, a crítica profética, ontem como hoje, vai também para aqueles que detêm o poder. Por isso, a missão profética é uma missão perigosa, ontem como hoje, nada agradável para quem dela tomou consciência.
As prostituições sagradas de Oséias não consistem somente em adorar imagens de ídolos, mas também fazer como hoje alianças políticas que provocam dependência, exploração econômica e opressão. Prostituições são também os golpes de estado que preservam interesses de uma pequena minoria e promovem todo tipo de injustiças. Tudo isso nos afasta de Deus.
Nosso tempo, no entanto, ainda comporta o anúncio do amor fiel e misericordioso de Deus para com seu povo. Povo esse que somos todos nós, brancos, negros, amarelos ou mestiços. Basta que este povo se converta e volte a conhecer a Javé.
O conhecimento de Deus não é uma atitude intelectual, mas uma adesão amorosa, através de uma prática que corresponda ao projeto de Deus, o qual nos foi mostrado desde o deserto, por ocasião do Êxodo. Tal prática fará com que Javé receba novamente seu povo como esposa, dispensando-lhe todo o carinho. Essa é a nossa fé e a nossa esperança.
A Igreja Católica comemora o profeta Oséias no dia 4 de julho.

O CEBI Méier começa neste mês o estudo de profetas do Povo de Deus. Estes encontros serão realizados aos sábados, durante o ano presente, das 8:30 às 12 horas, na Casa Padre Dehon.

Livros-texto: “Como ler o Livro de Amós – A Denúncia da Injustiça Social”, Euclides M. Balancin & Ivo Storniolo, coleção Como Ler a Bíblia, Editora Paulus, 5ª edição, S.Paulo, 2011; “Como ler o Livro de Oséias – Reconstruir a Casa”, Enilda de Paula Pedro & Shigeyuki Nakanose, coleção Como ler a Bíblia, Editora Paulus, 1ª edição, S.Paulo, 1995.

Programação para junho:


29/06 Monarquia e Profetismo – Curso Popular da Bíblia.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

ENCARTE BÍBLICO DIGITAL - José Geraldo Lima e Valdeci de Oliveira-Biro do CEBI-Volta Redonda

ENCARTE BÍBLICO DIGITAL DO CONSÓRCIO BÍBLICO PASTORAL
 DA DIOCESE(ICAR)- BARRA DO PIRAÍ VOLTA REDONDA-RJ


Produzido por José Geraldo Lima e Valdeci de Oliveira-Biro do CEBI-VR

14° CÍRCULO BÍBLICO DE JUNHO: LUCAS 7,36-50


LEMA: E Jesus disse à mulher: “Seus pecados são perdoados”.

PREPARAR O AMBIENTE: Um pano estendido no chão, sobre ele um crucifixo, uma vela acesa, a Bíblia Sagrada aberta no texto que vai ser lido, desenho de uma mesa, água perfumada, um pouco de óleo, uma faixa de cartolina escrita o lema do encontro.

ACOLHIDA: Animador (a) – A vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo que nos ama e perdoa. Saudamos com alegria todas as pessoas reunidas, presente neste encontro de fé na mesma esperança. Sintamo-nos carinhosamente acolhido (as) na ternura do nosso Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

CANTO: Juntos como irmãos (Cantando a Esperança nº 346).

Leitor (a) –“A oração cristã chega até ao perdão aos inimigos. Transforma os discípulos (as) configurando-os ao seu Mestre. O perdão é o centro na oração cristã. O perdão é fonte de testemunho em nosso mundo, em que o amor é mais forte que o pecado [...]. Não há limite nem medida para o perdão que é essencialmente Divino e Humano. Tratando-se das ofensas (pecados segundo Lc 11,4, ou dívida segundo Mt 6,12), de fato somos sempre devedores. Não deveis nada a ninguém , a não ser o amor mútuo (Rm 13,8). A comunhão da Santíssima Trindade é a fonte e o critério da verdade de toda relação. Esta comunhão é vivida na oração, sobretudo na Eucaristia” (CIC).

CANTO DE ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: O Evangelho é Boa Nova (Cantando a Esperança nº459).
UM OLHAR PARA O EVANGELHO DE LUCAS 7,36- 50.




PARA REFLETIR:

1)Os preferidos de Deus são aquelas pessoas que muitas vezes julgamos como perdidos e irrecuperáveis. Comentar e tirar as conseqüências.

2)A partir da leitura desse texto, qual a missão que nos dia de hoje Deus convida para realizarmos? Que compromissos têm que assumir como Batizados?

PRECES: Animador (a) – Convidar as pessoas rezarem as preces inspiradas na leitura bíblica e na reflexão das perguntas, Em seguida rezar o Pai Nosso.

CELEBRANDO A VIDA: Deus não precisa de nada. Mas exige algo que ele quer. A nossa conversão. Não devemos fundamentar a nossa fé no legalismo de nenhuma Lei Judaíca de Moisés e sim na lei maior do ágape do Deus de Jesus. “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo15,12b). Deus deseja ser servido nos seus filhos e filhas que estão de algum modo sofrendo. Esse serviço aos necessitados, mais do que qualquer rótulo que tenhamos o direito de usar, é o critério para definir nossa proximidade com o Pai que a todos cuida como uma família, como o Filho que por todos deu sua vida aos irmãos, com o Espírito Santo que a todos quer levar  santificação através do amor.

OREMOS: Deus de toda consolação e, Pai de misericórdia que não desejais a morte, mas a conversão de todos. Venha em auxílio de vosso povo, para que se converta e viva na prática da bondade. Ouvindo vossa Palavra, ajudai-nos a reconhecer nossos pecados e a dar-vos graças pelo perdão recebido. Para o nosso exame de consciência, preparando-nos para a confissão de nossos pecados, deixemo-nos guiar pela Palavra de Deus. Amém!

BÊNÇÃO: O Deus que fez Jesus ressurgir da morte nos ressuscite para uma vida nova, nos encha de amor e de esperança e nos dê a sua paz agora e para sempre. Amém!
CANTO: Vós Sois o Caminho (Cantando a Esperança nº 610).
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
TODOS: Para sempre seja louvado!



15° CIRCULO BÍBLICO DE JUNHO LUCAS  8,1-15.


LEMA: “O semeador saiu para semear a semente” (Lc 8,5).

PREPAR O AMBIENTE: Estender um pano no chão, sobre ele um crucifixo, a Bíblia aberta no texto que vai ser lido, um vela acesa, flores, uma vasilha com semente, outra com terra, uma faixa escrita com o lema do encontro.

ACOLHIDA: Celebramos nossa caminhada, medos, dúvidas e nossas alegrias. No coração fica a certeza de que Jesus está conosco, todos os dias, até o fim dos tempos. Celebramos também nossa decisão de estar com Ele e acolher, na terra da nossa vida, a semente do Reino que o Pai sempre lança em nós. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!

CANTO: O semeador corajoso (Cantando a Esperança nº 702).

Leitor (a) – A semente é sempre boa, a terra às vezes não está bem preparada. Mas o agricultor sempre está disposto a retirar as pedras, roçar os espinhos, espantar as aves e dar a vida pela roça. Com toda a nossa força, vamos espantar as aves e dar a vida pela roça. Com toda a nossa força, vamos realizar a festa do Reino que já está no meio de nós. Preparemos o terreno do nosso coração, para acolher a semente que vai ser lançada no coração dos Filhos (as) de Deus!

CANTO DE ACLAMAÇÃO AO EVANGLHO. (Cantando a Esperança 418 nº 4)
UM OLHAR PARA O EVAGELHO DE LUCAS 8,1-15.

1) Olhando para a parábola, comente em que tipo de terreno nós  representamos?

2)Quais são os desafios e as principais dificuldades que impedem a nossa comunidade de dar os frutos que o Evangelho pede e promete?

PRECES: Animador (a) – Convidar as pessoas rezarem as preces, inspiradas no Evangelho anunciado, e nas perguntas para reflexão. Em seguida rezar o Pai Nosso.


CELEBRANDO A VIDA: O Reino de Deus se constrói na medida em que vão se realizando os sonhos de Deus: a vida mais forte, mais fraterna, a libertação das pessoas, superando todo tipo de desigualdade social, para isso, a nossa responsabilidade como batizados, é semear a Palavra de Deus e buscar a força dele, para que a nossa fé estejam inseridas na vida e na história.

OREMOS: Senhor nosso Deus, a semente é uma sinal da promessa de vida, assim como nós. Precisamos ter condições para desenvolver os dons e carismas que nos destes. Daí-nos Senhor a força do teu Espírito Santo, para tornar a nossa vida bonita, perfeita, coerente e obediente a tua Palavra, que nos oriente para sermos um terreno fértil, que possa produzir muitos frutos. Amém!

BÊNÇÃO: Pela força da Terra, mãe da vida, o Deus do universo abençoe a nós e a toda as criaturas, que sejam verdadeiros semeadores de tua Palavra, com o seu AXÉ, agora e sempre. Amém!
CANTO: Põe a semente na terra (Cantando a Esperança nº 486)
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
TODOS: Para sempre seja louvado.


16° CÍRCULO BÍBLICO DE JUNHO: LUCAS 8,40-56.


LEMA: “Jesus disse a mulher: Minha filha, sua fé curou você. Vá em paz”.

PREPARAR O AMBIENTE: Estender um pano no chão, sobre ele um crucifixo, uma vela acesa, a Bíblia Sagrada aberta no texto que vai ser lido, flores, uma estampa de uma mulher apresentando doente, uma faixa escrita com o lema do encontro.

ACOLHIDA: Caríssimos irmãos e irmãs, Deus nos acolhe na sua bondade eterna e na sua misericórdia como filhos (as) queridos, principalmente os doentes. Assim, para sermos capazes de acolher as pessoas, antes de qualquer coisa, temos que ter presente à certeza de sermos amados por Deus. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
CANTO: Eu vim para que todos (Cantando a Esperança nº 625).



Leitor (a) – A doença é um apelo à fraternidade e a igualdade, pois atinge a todos: ricos, pobres, crianças, jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante de nós a profunda igualdade da nossa impotência diante da vida. Diante dessa realidade, a atitude mais lógica é a da fraternidade e da solidariedade: novo nome do amor. Somos amados e escolhidos para participar da construção do Reino de Deus, a fim de que “todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

CANTO DE ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: Vai falar no Evangelho (Cantando a Esperança nº 458).
UM OLHAR PARA O EVANGELHO DE LUCAS: 8,40-56.

PARA REFLETIE:

1) Jesus diz à menina que se levante. O que Jesus precisa dizer para você hoje se levantar? E a comunidade, como está seu estado de animo na fé?

2) Comente esta afirmação: “A sociedade costuma dar mais valor aos bens materiais do que à vida humana!”. E nós comungamos dessa mesma odéia?

PRECES: Animador (a) – Convidar as pessoas rezarem as preces inspiradas na leitura do Evangelho e nas perguntas de reflexão. Em seguida rezar o Pai Nosso.
CELEBRANDO A VIDA: Entre Jesus e o povo há uma sintonia perfeita. O povo quer vida, e Jesus dá em abundância. Essa sintonia é resultado do amor que existe entre Jesus e o Pai: “O Pai me ama porque eu dou a minha vida para retomá-la de novo. Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente. Tenho poder de dar a vida e tenho poder de retomá-la. Esse é o mandamento que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18).

OREMOS: Senhor, nosso Deus, que nos criastes por amor e nos redimiu em vosso Filho Jesus Cristo para que tivéssemos vida em abundância, concedei-nos a graça de fazer as escolhas certas, para que nossos projetos de vida possam ser vividos por amor de vós e de nossos irmãos e irmãs, especialmente dos que mais sofrem. Vós que viveis e reinas para sempre. Amém!

BÊNÇÃO: Senhor, pedimos a tua bênção nesse final de encontro, derrama sobre nós a luz do teu Espírito Santo, nos momentos difíceis de nossa vida, de nosso sofrimento. Volte seu olhar misericordioso para nós e nos dê a cura de todos os males. Amém!
CANTO: Caminhando vai (Cantando a Esperança nº655).
Louvado se nosso Senhor Jesus Cristo.
TODOS: Para sempre se louvado.


17° CÍRCULO BÍBLICO DE JUNHO: LUCAS 9,1-17.


LEMA: Jesus disse: “Vocês é que têm de lhes dar de comer” (9,13).

PREPARAR O AMBIENTE: Estender um pano no chão, sobre ele um crucifixo, uma vela acesa, a Bíblia aberta no texto que vai ser lido, flores, um pedaço de pão, depois partilhar entre as pessoas, (criar um espaço), Uma cartolina escrita com o lema do encontro.

ACOLHIDA: Irmãos irmãs, sejam todos bem vindos, para mais um encontro de fé e de experiência e vida, com a Palavra de Deus, que hoje nos propõe a partilhar o que somos e que temos e que o Senhor nos reine e com sua bondade, nos mostra o caminho da verdadeira conversão. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
CANTO: Alegre, vamos (Cantando a Esperança nº 349).

Leitor (a) – A cena dos pães se tornou eterno na Eucaristia Cristã, como gesto que relembra o dom de Deus repartido entre todos, para que todos tenham vida. Por essa razão a Eucaristia é sempre uma denúncia e um anúncio. Denúncia dos projetos econômicos baseados na acumulação da ganância, que gera a fome e a miséria, e anúncio do dom partilhado, único meio de todos terem acesso aos bens que Deus destinou a todos. Eucaristia é, portanto, julgamento e salvação. Oxalá (tomará Deus) não esteja sendo julgados e condenados quando dela participamos.

CANTO DE ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: Tua Palavra é vida, Senhor (Cantando a Esperança nº 760).
UM OLHAR PARA O EVANGELHO DE LUCAS 9,1-17.






PARA REFLETIR:

1) Qual sentido profundo da partilha dos pães hoje? O que partilha do pão enquanto comunhão traz de conseqüência para a sociedade baseada no lucro da ganância desenfreada?

2) Os sucessivos planos econômicos, nacionais e internacionais, visam de fato repartir a riqueza nacional e mundial, ou os que têm mais aumentam mais suas riquezas, e os que têm menos sempre menos?

PRECES: Animado (a) – Convidar as pessoas rezarem as preces inspiradas na leitura bíblica anunciada e na reflexão das perguntas. Em seguida rezar o pai Nosso.

CELEBRANDO A VIDA: A luta pela vida tem também uma dimensão clara de participação política e luta pela transformação das estruturas morte.  Não basta operar no âmbito de nossa consciência pessoal e de nossas comunidades. É preciso perceber que todas as ações que fazemos se somam na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna, onde todos tenham o direito de viver uma vida igualitária.

OREMOS: Senhor nosso Deus, graças te damos pelo dom da vida, pela alegria do encontro e pela solidariedade entre as pessoas. Agradecemos por este encontro de amor e partilha, pelas pessoas que aqui estão, por nossas famílias, pelos amigos e pelas companheiras de caminhada. Que a tua graça nos acompanhe em nossas lutas e sofrimentos e que teu Espírito inspire em nós ações de resistência e transformação para que, em conjunto queremos uma sociedade nova baseada na justiça, na paz e na solidariedade. Amém!

BÊNÇÃO: Senhor Deus da vida, queremos que seja sempre o Deus Conosco, animando nossos esforços, garantindo nossa esperança, alimentando nossa caridade fraterna. Queremos viver a partilha, a solidariedade e a fraternidade, Daí-nos forças para sermos testemunhas de uma vida sempre nova. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

CANTO: Partilha (Cantando a Esperança nº 487).
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
TODOS: Para sempre seja louvado.



18º CÍRCULO BÍBLICO DE JUNHO. LUCAS 9,18-36.


LEMA: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga” (Lc 9,18-36).

PREPARAR O AMBIENTE: Estender um pano no chão, sobre ele um crucifixo, a Bíblia aberta no texto que vai ser lido, uma vela acesa, flores, colocar uma estampa de Jesus Cristo (glorioso, transfigurado, ressuscitado), uma cartolina escrita com o lema do encontro.

ACOLHIDA: Animador (a) - Estamos aqui reunidos, para ouvir a proposta de Deus, que nos convida para o seu seguimento, porém, estar disposto a não nos acomodarmos. Jesus mesmo era um peregrino que deixava tudo para cumprir a missão que o Pai lhe confiara. Somos frágeis, mas queremos aceitar a proposta transformadora de Jesus. Deixemos nosso comodismo e juntos o seguiremos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
CANTO: Migrante (Cantando a Esperança nº 342).

Leitor (a) – Para seguir Jesus exige de nós a renúncia, isto é, deixar os próprios interesses para colocar o projeto de Jesus em primeiro lugar, tomar a cada dia a sua cruz, ou seja, enfrentar continuamente a posição, perseguição e marginalização. Seguir a Jesus, continuando a sua palavra e ação. Assim os discípulos (as) se tornarão digno do Salvador, e ganhará a verdadeira vida, que consiste em participar de toda a caminhada do Filho de Deus, até a glória.

CANTO DE ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: Bendita Palavra do Senhor (Cantando a Esperança nº 759).
(UM OLHAR PARA O EVANGELHO DE LUCAS: 9,18-36).

PARA REFLETIR:

1) Quais os sinais que percebemos que o Reino de Deus já está no meio de nós? Milagres estrondosos que venha do céu? Ou sinais concretos de partilha, fraternidade, justiça social entre as pessoas! Comente?

2) Para estar no seguimento de Jesus, ele disse que precisamos renunciar. Explique o que significa renunciar a si mesmo? As nossas comunidades renunciam alguma coisa?


PRECES: Animador (a) - Convidar as pessoas rezarem as preces inspiradas na leitura bíblica e na reflexão das perguntas. Em seguida rezar o Pai Nosso.

CELEBRANDO A VIDA: Animador (a) - Jesus Cristo nos há de transfigurar conforme a sua existência gloriosa. Todos nós somos chamados a sermos filhos de Deus. Nosso destino verdadeiro é a glória que Deus nos quer dar. Ora, para chegar lá, (como Jesus) iniciar nosso “Êxodo”, nossa caminhada da fé e do amor fraterno, comprometido com a prática da transformação. O caminho é árduo, e as nossas forças parecem insuficientes. Às vezes parece que não existe perspectiva de mudança. Uma sociedade mais justa e mais fraterna pare sempre mais distante. Mas assim como os discípulos de Jesus, pela transfiguração no monte, puderam entrever a glória no fim da caminhada, assim sabemos nós que a caminha da cruz é a caminhada da glória.

OREMOS: Senhor sois o Deus da vida. Olhando para nós mesmos e vivemos o quanto ainda precisamos nos converter para sermos eficientes servos do teu Reino. Ajuda-nos Senhor a trabalhar sempre pela justiça, pela paz e pela igualdade social. Para isso, Senhor vem em nosso auxílio como filhas e filhos amados de Ti. Amém!
CANTO: Anunciaremos teu Reino (Cantando a Esperança nº 701).
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
TODOS: Para sempre seja louvado.

Produzido por José Geraldo Lima e Valdeci de Oliveira-Biro do CEBI-VR

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

MESTERS, C.; OROFINO, F. Pé no chão, sonho no coração. Olhar no espelho das primeiras comunidades. Círculos Bíblicos dos Atos dos Apóstolos (1a parte: At 1,1 a 11,18). São Leopoldo: CEBI, 2001, 146 p.
MOXNES, H. A Economia do Reino: Conflito Social e Relações Econômicas no Evangelho de Lucas. Traduzido do inglês por Thereza Christina F. Stummer. São Paulo: Paulus, 1997, 166 p.
RICHARD, P. O Movimento de Jesus depois da Ressurreição: Uma Interpretação Libertadora dos Atos dos Apóstolos. Traduzido do espanhol por José Afonso Beradin. São Paulo: Paulinas, 1999, 223 p.
RIUS-CAMPS, J. O Evangelho de Lucas: O Êxodo do Homem Livre. Traduzido do espanhol por João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1997, 363 p.
STORNIOLO, I. Como ler o Evangelho de Lucas: Os Pobres Constroem a Nova História. 5. ed. São Paulo: Paulus, 1997, 222 p.